UMA SUTIL PRESENÇA
Eu e a Justiça do Trabalho...
Nosso relacionamento começou quando fui reivindicar um tempo de serviço que deixaram de registrar na minha carteira de trabalho... Meus amigos diziam: Se você denunciar vai ficar com a “carteira suja”... Ah! Mas não liguei. Queria meu direito, queria exercer minha cidadania. Afinal, a empresa deixara de honrar o compromisso assumido. Fui confiante de que a Justiça Trabalhista faria valer o meu direito. E consegui!
Os anos passaram prestei o concurso para o Tribunal do Trabalho e, para minha surpresa, no último dia de validade do mesmo, saiu minha nomeação. O tão esperado dia chegara!Daquele momento em diante eu iria receber aqueles trabalhadores que tinham seus direitos violados e necessitavam de orientação. Poderia receber cada um deles com um sorriso nos lábios e orientá-los. Mas, fui trabalhar no setor administrativo do Regional. Ah! Mas iria empenhar-me da mesma forma.
Logo, logo comecei a teclar numa máquina Olivetti (lembram?)... Ela corrigia e fazia as cópias com um simples apertar de teclas. Empolgada estava com a novidade, quando chegou à sala o primeiro computador... A maioria queria aprender, e eu também, claro! Iniciei ali meus primeiros passos na informatização. Cresci profissionalmente... Aprimorei os conhecimentos e aprendi a amar mais ainda a Justiça do Trabalho.
Era ali, na área Administrativa que aconteciam todos os procedimentos que viabilizavam a atuação eficiente dos servidores lotados nas Varas do Trabalho, nos Gabinetes dos Magistrados e dos Desembargadores. Naquele setor eram adquiridos ainda os bens, materiais e serviços que propiciavam ao cidadão que vinha ao Tribunal do Trabalho um melhor conforto e atendimento. Sentia-me parte da equipe que preparava o cenário para que os atores fizessem o seu trabalho.
Descobri que entre o público formado por trabalhadores, empregadores e advogados, estavam os servidores que anotavam, carimbavam, numeravam, assessoravam e acompanhavam os processos trabalhistas com ouvidos atentos e olhos perspicazes até que o magistrado com o conhecimento que lhe é peculiar julgasse cada demanda. E eu me fazia presente em cada atividade, no mobiliário, na limpeza, na climatização, nos equipamentos... Eu! Servidor da área administrativa deste amado Tribunal.
Liege Machado (1ºlugar)
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