Há coisas que não conseguimos explicar...
A vida, o amor, Deus, a fé, a incerteza...
Teremos forças para caminhar sem as explicações? Sem convicções?
Como detonar a enxurrada de incertezas
Se as certezas são bem menores?
Será que o amor sempre vencerá o ódio?
Ou o desprezo sobrepujará a força do amor?
O amor que tem força é tão frágil a ponto de quebrar-se com o silêncio?
Ou o silêncio é a arma de quem não ama mais
E por isso é tão devastador...
Se me calo deixo no outro a opção de concluir como bem lhe apraz
E no fogo das incertezas a palavra poderia ser o bálsamo
O diálogo, o corpo de bombeiro!
Se sei que algo não está bem e me permito prosseguir
E o que era questionável tornou-se silêncio...
Torno-me conivente com quem caminho...
Como se as questões tivessem tido suas respostas.
Cômodo? Talvez...
Para quem optou pelo desprezo e silêncio.
Mas como explicar o silêncio daquele que busca extravasar as incertezas
E caminhar mais seguro do que realmente se quer?
Caminharão dois se não estiverem de acordo? Teoricamente, não!
Mas o que dizer do que pacientemente aguarda a interação?
Ele está de acordo? Certamente que não.
Como tudo na vida
O caminhar a dois pode ser gratificante ou não...
Um abraço aconchegante ou o frio destruidor do silêncio
A solidão à sós é necessária, mas o que dizer da solidão à dois?
Terrível tortura que, aos poucos,
Vai destruindo, afastando, morrendo...
Talvez o que silencia busque realmente isso:
Não mais existir para si nem para o outro.
Talvez esteja sufocado, não queira perder, não deseje estar ali...
Quem sabe? Cadê a coragem da fala?
É muito mais cômodo calar
Estressa menos e não traz outras questões...
E assim o frágil silêncio
Provoca indubitavelmente a asfixia do forte amor.
Lili (22/03/03, 2h)
Nenhum comentário:
Postar um comentário